sábado, 6 de junho de 2009

Anjo

Mais uma vez estive ali, num passo do abismo. Um pé pra fora e outro cambaleando. Lágrimas formando correntes pesadas puxando meu corpo pra distante do chão firme. Até, que não mais que de repente, surge uma mão- cálida, zelosa, forte -, me segura pelo braço, suspende, me livra do peso e pinta um sorriso no meu rosto. Um anjo... Um anjo sem asas, mas de pele, ossos, músculos e o que mais for necessário para um semblante humano perfeito. Perfeito na voz. Perfeito nos gestos. Perfeito, e só. Não há descrição aos pés desse meu anjo-protetor. Talvez, e muito provavelmente, porque o que há de maravilhoso alça vôos e as palavras perderam-se, como gotas sublimadas, nos ares. Um céu... O mesmo céu que parecia coberto de breu, ficou claro, límpido e breve. Ali, tão palpável às minhas pequenas mãos calejadas de tanto segurar o pranto. Tão perto. Reavi a cor do lume pra depois conseguir, novamente, almejar o paraíso. De tão baixo, à tão longe, longe, longe... Banhado pela estelar imensidão azul. Esperança: novamente encharcou meu peito de fantasia e agouro. Suspiro. Alívio. Mansidão calorosa a um coração cansado.

1 comentários:

Unknown disse...

Este texto,de longe,é o melhor q vc já produziu,Lindooo

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