domingo, 3 de abril de 2011

Beleza de Eros

Brincando com os passos na rua,
Cumprindo com o dever dos mesmos vícios,
Tudo num ir e descansar de um dia sem memórias, sem flor.
Como um estalo de pistola:
Teu olhar olhou o meu olhando o seu.
Me arrebatou com palavras dengosas,
Confundiu meu rumo,
Adentrou meu vazio particular -
Diante de uma Lua formosa, grande, delirante -,
Entrelaçou teus dedos aos meus,
Garantiu meu caminho seguro e o preencheu de tamanha alegria.
Retomou a beleza de Eros
Em que Dioniso nos enfeitiçou.
Não foi o destino que quis;
Sou tua porque sou,
No presente constante e num, deveras, por-vir.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

"Quem não se programa, não faz programa"

Hoje eu cheguei à uma conclusão muito engraçada: "quem não se programa, não faz programa".
E por quê? Meus amigos têm a mania de ficar me coibindo quando eu me preocupo com o depois.
"e pra onde a gente vai?", uns dão de ombros, outros riem e algum, com certa piedade, até
responde "a gente ainda não sabe, relaxa." A gente ainda não sabe. Como assim, não sabe?
E vai vivendo e vai curtindo. O pôr do sol acontece, as palmas de solicitação. Ou também
recolhe as ondas, o mar entregue na vastidão. Mas isso foi engraçado, sabe? Bem engraçado.
Tipo pensamento engraçado que faz rir por dentro, dentro do estômago. Quem não sabe o que
fazer, não faz nada. E os programas viram: ócio, vício e zombataria. Nada vai pra frente.
Conclui. Se faz, não só por si só, mas porque devia de ter sido feito. Você fez para que
fosse desse jeito. Programar-se é um poder de decisão: entre o que tem que acontecer ou
o que o destino quiser que aconteça.